sábado, 12 de abril de 2008

Indivisíveis - Mario quintana - Poema


Lendo um livro de poemas(Nariz de vidro) do Maria Quintana fiquei encantado, particularmente, por um chamado "indivisíveis"
A maior sensibilidade de um dos maiores poetas brasileiras deixa claro aqui a nostalgia da idade infantil e a pureza do amor que perdemos(e não mais encontramos?) com o passar do tempo.


INDIVISÍVEIS.

O meu primeiro amor sentávamos numa pedra
Que havia num terreno baldio entre as nossas casas.
Falávamos de coisas bobas,
Isto é, que a gente grande achava bobas
Como qualquer troca de confidências entre crianças de cinco anos.
Crianças...
Parecia que entre um e outro nem havia ainda separação de sexos
A não ser o azul imenso dos olhos dela,
Olhos que eu não encontrava em ninguém mais,
Nem no cachorro e no gato da casa,
Que tinham apenas a mesma fidelidade sem compromisso
E a mesma animal - ou celestial - inocência,
Porque o azul dos olhos dela tornava mais azul o céu:
Não, não importava as coisas bobas que diséssemos.
Éramos um desejo de estar perto, tão perto
Que não havia ali apenas duas encantadas criaturas
Mas um único amor sentado sobre uma tosca pedra,
Enquanto a gente grande passava, caçoava, ria-se, não sabia
Que eles levariam procurando uma coisa assim por toda a sua vida...

O que acharam?

Beijos pra quem merece!

p.s. Branquinha, eu te amo! Dois!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Passa....


Sabe quando você tenta olhar pra frente, mas não consegue porque tem a noção exata de que o mundo caiu sobre sua cabeça?


É um desses dias para mim.
04/04/2008 23:54